[RESENHA] O Duque e Eu - Julia Quinn

Particularmente, eu amo romances históricos. Não são livros surpreendentes, mas possuem histórias e personagens tão agradáveis que é quase impossível concluir a leitura e não se apaixonar. Durante a leitura de "O Duque e Eu", foi impossível eu ter momentos de tristeza. Com tiradas sarcásticas, personagens cativantes e um romance adorável, eis mais um romance que merece ser lido.

Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580411461
Ano: 2013
Páginas: 288
Nota: (4,5/5)
Simon Basset, o irresistível duque de Hastings, acaba de retornar a Londres depois de seis anos viajando pelo mundo. Rico, bonito e solteiro, ele é um prato cheio para as mães da alta sociedade, que só pensam em arrumar um bom partido para suas filhas. Simon, porém, tem o firme propósito de nunca se casar. Assim, para se livrar das garras dessas mulheres, precisa de um plano infalível. É quando entra em cena Daphne Bridgerton, a irmã mais nova de seu melhor amigo.

Apesar de espirituosa e dona de uma personalidade marcante, todos os homens que se interessam por ela são velhos demais, pouco inteligentes ou destituídos de qualquer tipo de charme. E os que têm potencial para ser bons maridos só a veem como uma boa amiga. A ideia de Simon é fingir que a corteja. Dessa forma, de uma tacada só, ele conseguirá afastar as jovens obcecadas por um marido e atrairá vários pretendentes para Daphne. Afinal, se um duque está interessado nela, a jovem deve ter mais atrativos do que aparenta.

Mas, à medida que a farsa dos dois se desenrola, o sorriso malicioso e os olhos cheios de desejo de Simon tornam cada vez mais difícil para Daphne lembrar que tudo não passa de fingimento. Agora ela precisa fazer o impossível para não se apaixonar por esse conquistador inveterado que tem aversão a tudo o que ela mais quer na vida.

Simon Basset é filho de um homem que passou anos tentando gerar um herdeiro e o mais atual duque de Hastings. Quando criança, foi criado pelas empregadas do seu pai ― pelo fato de ser gago e ele o ter renegado, voltando para Londres e fingindo que o próprio filho havia morrido. 

Com o passar do tempo, nem mesmo assim Simon conseguiu esquecer o que o seu pai fez com ele e nem muito menos diminuiu a mágoa que sentia. Aos poucos, foi alcançando conquistas por méritos próprios e acima de tudo, conseguiu disfarça sua principal dificuldade: o fato de ser gago.

Daphne Bridgerton é a quarta filha de uma grande família. No total, são quatro irmãos e quatro irmãs (incluindo Daphne). Seu maior desejo é casar-se, ser mãe... Em suma, seu desejo é realmente formar uma família. Porém, os melhores pretendentes que apareceram, apenas a tem como amiga. E as últimas propostas de casamento que surgiram, ela não quis aceitar.

Simon e Daphne se conhecem em um baile. O encontro entre eles é hilário, divertido e até inusitado. Então, inesperadamente, ele propõe um plano para ambos. Simon quer deixar de ser perseguido pelas mães casamenteiras, pelo fato de não querer casar. No entanto, por ser um homem altamente desejado pelas jovens moças da época, isso é praticamente algo impossível. Mas ao combinar com Daphne que irá cortejá-la para espantar as tais mães e ainda por cima, torná-la desejada e atraente para muitos homens, a vida de ambos muda completamente.

“Simon sentiu algo bastante esquisito invadir seus pulmões. Percebeu melancolicamente que se tratava de ar. Ele estivera prendendo a respiração sem sequer notar. Experimentou outro sentimento também. Algo quente e terrível, e ao mesmo tempo exultante e maravilhoso. Era emoção, pura e absoluta, uma mistura bizarra de alívio, alegria, desejo e temor. E ele, que passara a maior parte da vida evitando sensações confusas, não tinha ideia como agir em seguida.” 

Pág.: 163 

Nem sempre os romances históricos conseguem transparecer ou mostrar os dilemas vividos pela época, na qual a história se passa. Mas isso não aconteceu em "O Duque e Eu". A autora soube mostrar como funcionavam as regras rígidas impostas pela sociedade inglesa da época. Entretanto, com toda certeza, outros autores narrariam esses fatos e mostraria o cotidiano dessas pessoas de uma forma cansativa e desinteressante. Julian Quinn fez absolutamente o contrário. Bailes, mães (desesperadas) casamenteiras, intrigas, duelos... Tudo abordado na história é instigante e divertido, tornando a leitura dinâmica e agradável.

O romance acontece aos poucos, juntamente com a construção do enredo. Devo salientar que, mesmo não possuindo um enredo incrível, possui uma história inteligente e nitidamente romântica ― para agradar seu público-alvo.  Daphne e Simon formam um casal maravilhoso! Gostei muito da química entre ambos e os seus diálogos são ótimos. É interessante acompanhar o envolvimento deles, o desenvolvimento do relacionamento e acima de tudo, torcer por eles. 

A narrativa é instigante. A autora sabe como fisgar qualquer leitor e acima de tudo entretê-lo. Gostei da forma como as personagens foram construídas. Nem todas foram bem aproveitadas como deviam, mas pelo fato de este ser o primeiro livro de uma série, acredito que isso será resolvido nos próximos livros. Anthony ― irmão de Daphne ― foi a personagem que mais agradou e me convenceu durante toda a leitura. Impossível não gostar e se divertir com ele.

Contudo, considero um bom livro. Confesso que, devido às altas expectativas, esperei um pouco mais do livro, no geral. Entretanto, isso é uma opinião pessoal. Embora não tenha me agradado totalmente, é com toda certeza uma boa e agradável leitura. Porém, é bom advertir que só os românticos curtirão realmente a leitura. Se você não gosta de romances, descarte imediatamente a ideia de ler este livro. Provavelmente não gostará.

RECOMENDO!