[RESENHA] Sangue na Neve - Lisa Gardner

Há livros que conseguem me deixar tenso e "quebrando a cabeça" até a última página. Esses livros mexem mesmo comigo e muitas vezes, de uma forma inesperada. "Sangue na Neve" é um livro que se enquadra nas descrições que eu citei acima. Lisa Gardner conseguiu me deixar confuso (como sempre) durante quase toda a leitura, tentando a todo custo desvendar o mistério central da trama. Isso é bom? Ótimo e eu explicarei o por quê.

Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581631998
Ano: 2013
Páginas: 416
Nota: (4,5/5)

A policial Tessa Leoni matou seu marido, Brian Darby, em legítima defesa. A arma do crime está à vista de todos e os hematomas no corpo de Tessa confirmam a ocorrência. A policial também não fez questão de fugir, ou de arrumar qualquer justificativa para explicar aquele corpo estendido no chão da cozinha, portanto, aparentemente, o que a investigadora D.D.Warren tem à sua frente é o desfecho de uma briga doméstica. Um caso simples. No entanto, ao abrir o inquérito, D. D. terá uma surpresa: este não é o primeiro homicídio de Tessa Leoni e — afinal — onde está a filhinha de seis anos da policial? Será que a policial Leoni realmente atirou em seu marido para matá-lo? Uma mãe seria capaz de prejudicar intencionalmente sua filha? D. D. Warren, a experiente detetive que acredita que desvendar um caso é como mergulhar na vida do criminoso, enfrentará mais uma investigação que a levará a uma busca frenética por uma criança desaparecida enquanto tenta encaixar as peças de um mistério familiar que a levará a quebrar os muros do corporativismo policial.

A história se inicia quando a investigadora D.D.Warren ― também protagonista da história ― se depara, aparentemente, com um crime doméstico. Uma mulher é espancada pelo marido, revida, mata-o e uma criança desaparece. Entretanto, nem tudo é simples como transparece ou demonstra ser. A esposa em questão é uma policial feminina que, além de supostamente ter matado o marido, suspeita-se também que matou a própria filha e desapareceu com o corpo. 

Uma história recheada de reviravoltas do início ao fim. Será mesmo que a mãe teve coragem de matar a própria filha e o marido, demonstrando por meio de atitudes, o oposto do que se esperaria? E será mesmo que a filha está morta? 

Essas e muitas perguntas permearam minha cabeça durante a leitura e provavelmente permearão a sua, caso pretenda ler este livro incrível.

"É assim que se enlouquece? Percebendo todas as formas como se pode morrer?" 

Pág.: 230

"Quem você ama?", essa pequena pergunta permeia durante quase toda a história e em muitos momentos me fez questionar sobre diversas coisas. A forma como os acontecimentos presentes na trama, surgem e se desenvolvem, é densa. Tratar de assuntos que envolvem amor materno e família, é muito delicado, profundo... E tudo ganha uma gravidade maior quando o foco é um assassinato ― ou possivelmente dois.

A Gardner possui uma narrativa incrível. Ler um livro dela é uma experiência interessante porque suas personagens possuem uma grande profundidade e acima de tudo, são verossímeis. Possuem defeitos e qualidades, erram e acertam, e acima de tudo, conseguem me fazer questionar se as situações descritas em cada página realmente aconteceram. Ela consegue proporcionar uma sensação crível de realidade para o leitor. Portanto, envolver-se com suas histórias não é complicado e nem muito menos impossível.

O enredo em si tem como foco solucionar o crime que impulsiona a história. Porém, simultaneamente, a carga dramática presente no mesmo é profunda. A história é narrada por capítulos alternados entre D.D. e Tessa ― a suposta assassina do crime. Os capítulos narrados por Tessa, além de serem os melhores, são densos, interessantes e até um pouco perturbadores, pois sou um péssimo investigador e solucionar crimes é algo praticamente impossível para mim. Passei toda a leitura, tentando desesperadamente, encontrar pistas que pudessem me ajudar a descobrir o causador de tudo. 

O único ponto fraco que eu encontrei foi o final. Achei-o fraco e rápido. Devido a tantos acontecimentos e reviravoltas, esperava um final um pouco maior, mais elaborado e até surpreendente ― já que fui surpreendido em muitos momentos durante a leitura. Não chegou a ser algo que me incomodou demasiadamente, mas me deixou um pouco frustrado, admito. 

Concluindo, "Sangue na Neve" é um bom livro, com toda certeza. Quem curte romances policiais, recomendo sem receios. A autora cumpre com o seu objetivo e a história é muito boa. Este foi o segundo livro que li da autora e com toda certeza pretendo ler outros. A D.D.Warren é uma ótima protagonista também e acima de tudo, divertida ― por mais incrível que possa parecer. Portanto, caso tenha interesse ou curiosidade acerca do livro, leia e leia! É apenas o que eu posso sugerir, após ter concluído a leitura.

RECOMENDO!

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