[RESENHA] O Menino da Mala - Lene Kaaberbøl e Agnete Friis

Há livros que não só a capa me convence, como também a sinopse, e ainda me deixam com altas expectativas, acreditando que a história será incrível. Bem, "O Menino da Mala" se enquadra neste exemplo que eu mencionei. Foi inevitável não esperar demais e ao concluir a leitura, não me sentir um pouco frustrado, até porque não foi realmente o que eu esperava. Sim, acredite, a história divergiu com o que eu ansiava em alguns momentos. 

Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580411836
Ano: 2013
Páginas: 256
Nota: (2,5/5)

“Você adora salvar as pessoas, não é? Bem, aqui está a sua chance.” Mesmo sem entender o que sua amiga Karin quer dizer com isso, Nina atende seu pedido e vai até a estação ferroviária de Copenhague buscar uma mala no guarda-volumes. Dentro, encontra um menino de 3 anos nu e dopado, mas vivo.Chocada, Nina mal tem tempo de pensar no que fazer, pois um brutamontes furioso aparece atrás do garoto. Será que ela está diante de um caso de tráfico de crianças? Sem saber se deve confiar na polícia, ela foge com o menino e vai à procura de Karin, a única que pode esclarecer aquele absurdo.Quando descobre que a amiga foi brutalmente assassinada, Nina se dá conta de que sua vida está ameaçada e que o garoto também precisa ser salvo. Mas, para isso, é necessário descobrir quem ele é, de onde veio e por que está sendo caçado.Neste primeiro livro da série da enfermeira Nina Borg, vendido para 27 países, as autoras Lene Kaaberbøl e Agnete Friis apresentam uma heroína que luta contra seus demônios e busca fazer justiça em meio à crueldade e à indiferença do mundo.

Há um bom tempo que Nina Borg não vê sua amiga de faculdade, Karin. Mesmo sem o contato frequente, a amizade entre ambas nunca se desfez. A prova de que a amizade entre elas permanece, acontece quando Karin pede um favor a Nina. O que ela não sabia é que ao realizar este "singelo" favor, sua vida mudaria completamente e de forma inesperada.

Ao pegar a mala e levá-la para seu carro, Nina nunca imaginou o que poderia haver ali dentro. Tudo parecia aparentemente normal, mas intimamente, ela sentia que algo estava errado. Ao abrir a mala, a surpresa e o medo a consome. Há um menino nu. E sim, ele está vivo. Porém, como aquela criança foi parar naquela mala e naquele estado?

Perguntas como essa permeiam inicialmente a história e só ao longo da leitura, é que as respostas vão surgindo. Nina não deixará a criança morrer e fará o que for possível para não só salvá-la, mas também salvar a si mesma, já que a situação em que se encontra é bem mais perigosa do que aparenta. 

“Quem seria aquele menino? Nina observou pacientemente enquanto ele insistia em vestir sozinho a camiseta. Talvez tivesse sido sequestrado e trazido para a Dinamarca para ser explorado em algum esquema de prostituição ou abuso, mas por que diabos teria sido colocado dentro de uma mala e abandonado num guarda-volumes?”

Pág.: 176

Ao concluir a leitura, eu apenas senti frustração. Infelizmente, às vezes isso acontece, mas eu nunca estou preparado. Admito que minhas expectativas elevadas contribuíram um pouco. No entanto, a história em si não foi bem construída e nem muito menos bem desenvolvida. Confesso que demorei mais do que o normal para me envolver com a leitura e me sentir parte da história. 

Um ponto importante que me incomodou foi a narrativa. Inicialmente, a história em si, pareceu-me confusa e aparentemente sem um foco. E a narrativa não colaborou para que a leitura parecesse interessante ou me deixasse instigado. Prosseguir não foi fácil. Entretanto, próximo ao desfecho a história melhora — para a minha alegria.

Não considero a Nina Borg uma protagonista inesquecível. Sua personalidade não foi marcante. O núcleo de personagens é complexo. Confesso que a única que me convenceu foi a Sigita. Ela é a mãe da criança encontrada na mala e uma mulher forte, determinada e acima de tudo, crível. Acredito que muitas mulheres — especialmente as mães — que lerem esse livro, poderão se identificar muito com ela. 

O enredo em si possui algumas falhas na sua construção. Porém, possui certa originalidade ao abordar assuntos polêmicos e atuais, que infelizmente permeiam a nossa sociedade. Porém esperava um aprofundamento maior em alguns momentos. Foi algo que eu até considerei necessário, mas que não foi tão bem aproveitado como eu acreditava que seria.

Concluindo, foi uma leitura razoável. Obviamente poderia ter sido muito melhor, mas não foi. Provavelmente agradará muitos leitores. Eu amo romances policiais. Juro. Mas o "Menino da Mala" não entrou para o meu ranking de favoritos. Algo aparentemente comum. Enfim, não crie muitas expectativas, caso tenha pretensão de lê-lo, e acredito que aproveitará bem mais a leitura.

FICA A DICA!