[RESENHA] Outlander - A Viajante do Tempo - Diana Gabaldon

A quantidade de elogios para toda a série Outlander é enorme! Os fãs da série são tão apaixonados pela história que sempre tentam manter-se, de alguma forma, próximos à ela. Tal característica sempre despertou certa curiosidade em mim, até que tive a oportunidade de ler o primeiro livro. É um livro grande, sem dúvidas. São oitocentas páginas e praticamente não há intervalo entre os capítulos. Mas foi a leitura mais rápida que já fiz e confesso que gostei do que li.

Edição: 2
Editora: Saída de Emergência Brasil
ISBN: 9788567296227
Ano: 2014
Páginas: 800

Nota: (4/5)

Claire, a protagonista de A viajante do tempo é uma mulher de personalidade forte, lutando para se manter num mundo de homens violentos, que busca seu verdadeiro amor enquanto participa de importantes acontecimentos da história. Claire Beauchamp Randall foi separada de seu marido Frank pouco depois da lua-de-mel, quando ele foi convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial. Ao final do conflito, Claire e Frank se reencontram e retomam a vida que tinham em comum numa viagem a Escócia. Mas o reencontro não ocorre da forma esperada. Parece haver entre a esposa e o marido um distanciamento muito maior do que aquele causado pelos anos de guerra. Ao visitar uma antiga e mística formação de rochas, Claire finalmente vai conhecer seu destino.

Claire foi enfermeira durante a Segunda Guerra Mundial e casou-se com o professor universitário Frank. Isso aconteceu pouco antes do início da guerra que, infelizmente, logo os separou. Após a guerra, reunidos novamente e para a felicidade de ambos, partem para Inverness — norte da Escócia.

Inesperadamente, Claire presencia um momento místico e um tanto diferente, eu diria. Algo inexplicável. Querendo desvendar e entender o que viu, ela retorna depois ao local e é justamente quando volta que a história toma fôlego e realmente acontece.

Ela passa por uma pedra, como uma fenda do tempo, e volta duzentos anos antes, para o mesmo local. Tudo está diferente, incluindo suas vestimentas. Os homens que a encontram, desconhecem-na e passam a querer desvendá-la. Mesmo com a dúvida pairando entre eles, decidem levá-la ainda assim até que descubram a identidade da mesma. E é justamente quando isso acontece que ela conhece o amável — e sofredor — Jamie.

"Eu posso suportar a dor. Mas não poderia suportar você com dor. Isso exigiria mais força do que eu tenho."

 — Jamie

Esse romance histórico é realmente um “prato cheio” para os fãs do gênero. Neste livro há romance, aventuras, mortes, entre tantos acontecimentos marcantes e por vezes interessantes que dão dinamismo à história. A Gabaldon é uma autora precisa, possui uma narrativa bastante descritiva e concisa que torna o seu livro riquíssimo e ainda proporciona uma leitura muito boa; isso é incontestável.

Se você adora um bom romance, também irá deliciar-se com os momentos de puro romantismo entre Claire e Jamie. A autora, inclusive, abusou bastante desses momentos. Admito que, em alguns momentos, algumas situações pareceram piegas. Mas isso é algo bastante pessoal. De forma geral, eu gostei muito da química entre os protagonistas e a maneira que ambos agiam entre si. E acredite: há muitos momentos românticos entre eles. Muitos mesmo. Mas nada que tenha me incomodado demasiadamente.

Um fato bastante notório é a personalidade palpável que a autora desenvolveu para cada personagem; não passam aquela sensação de que se trata de acontecimentos distantes da realidade. Há toda uma descrição dos costumes da época, da cultura, arquitetura, da tradição dos kilts etc. Tudo trouxe-me um aprendizado à parte e a escrita da autora é uma delícia; elegante, formal e rica; o meu envolvimento aconteceu logo no início, sem frustrações imediatas.

O aspecto que realmente me incomodou foram os determinados acontecimentos que acometeram o Jamie. A meu ver, soaram-me demasiadamente torturantes e quase impossíveis de serem suportados por um ser humano. E isso intensifica-se ainda mais no final. Não acredito que nenhum homem, nas condições psicológicas e físicas em que ele encontrava-se, conseguiria suportar tudo aquilo — obviamente não direi o que acontece a ele; seriam spoilers absurdos.

O final deixou a desejar, confesso. Esperava um desfecho diferenciado e até surpreendente, mas foi tão “insosso”, repetitivo e desinteressante que, infelizmente, tirei uma estrelinha da minha avaliação geral. Foi frustrante, admito.

Em suma, “Outlander – A Viajante do Tempo” não decepciona. Muito pelo contrário. É um bom livro, rico em detalhes precisos e que não desaponta de modo geral — apesar de que apresentou algumas falhas, a meu ver. Para os amantes de um bom romance histórico, super recomendo a leitura. Com toda certeza irão delicia-se. Porém, aviso-lhes o seguinte: este é o primeiro livro de uma série composta por oito volumes no total. Portanto, sintam-se avisados de que muitas histórias ainda virão por aí. 

RECOMENDO!