... Largou o lápis, tomou a carta nas mãos. Muitas perguntas vieram à tona: Será que a pessoa sabe que a Julia morreu? Pode ter alguma informação relevante e que deve ser passada a algum parente? Posso conferir? Isso é violação de sigilo de correspondência? Vou ser processada?
- Ai, meu deus, ta difícil estudar assim.
E, antes de se arrepender, foi até a cozinha, pôs água numa chaleira, acendeu o fogo. Escorou as costas na pia e voltou a observar a carta. O coração acelerou, resultado da soma entre a ansiedade por ler e o medo de fazer besteira. Quando a água ferveu, posicionou o papel com o local da cola direto no bico, envolvendo-o no vapor. Conseguiu abrir e deixá-la intocada. Desligou o fogo, voltou para o quarto, sentou na cama e retirou a única folha, escrita à mão, caneta azul. Uma bela letra arredondada...
“Porto, 15 de fevereiro de 2012
Minha Amada Eterna,
que prazer imenso ler-te!
Esperei-te, desejei-te, sonhei contigo milhares de noites. E imaginava que nunca mais saberia de ti antes de Deus dar-me o privilégio de estar para sempre ao lado dele. Não fazes ideia da forma avassaladora que tuas breves palavras fizeram em meu peito renascer este sentimento bom, puro, verdadeiro. Saber que ainda estás a andar pelo mundo com teu olhar magnífico a encantá-lo é o que me fará respirar a cada segundo de meus dias.
Estou em paz, e espero que estejas também. Conte-me mais, muito mais!
Certo de tua resposta breve,
Heitor.”
Parabéns pela dica Leandro! Estou ansiosa para ler Ainda Não Te Disse Nada! Abraços!
ResponderExcluirQuero muito ler esse livro, parece ser ótimo! Muito legal a sua resenha =]
ResponderExcluirTambém tenho um blog literário, depois visite:
http://entrepaginasdelivros.blogspot.com/