Don't stop believin'. Hold on to
that feelin'… (Não pare de acreditar.
Agarre-se a este sentimento...) Quem nunca ouviu Don’t Stop Believin’? Tá, você
pode não estar lembrando, mas aposto que já ouviu algum trecho da música, ao
menos, nos comerciais da Globo para divulgar a exibição da série Glee
em TV Aberta. Lembro claramente quando a série começou a ser exibida nos EUA e
eu, um adolescente amante de musicais, fiquei completamente encantado e louco
para assistir. Não aconteceu de imediato, mas após o primeiro mês de exibição,
comecei a assistir.
Geralmente, nas produções
audiovisuais norte americanas, pouco se via algum filme ou série que olhasse e
mostrasse o colegial de forma menos binária, onde o foco era o adolescente
atormentado por dúvidas, questões do crescimento e crises existenciais ou algo
levado mais para o escárnio, para o lado em que o mesmo pensava bem menos e
tais questões eram tratadas de forma pública e ridicularizada. Até que Glee
surgiu e não só mostrou algo diferente, mas também mudou a vida de muitos
jovens e a maneira como observávamos (ou ainda observam) o próximo.
Uma garota arrogante e
aspirante à estrela da Broadway, filha de pais gays e judia. Um garoto violento
e completamente troublemaker. Um garoto gay, filho de pai viúvo e convencional.
Uma garota negra e talentosíssima, mas que se sente invisível por ser negra e
gorda. Um garoto cadeirante que acredita estar impedido de viver sua
sexualidade. Uma garota descendente de outra cultura e completamente presa em
seu mundo particular e triste. Um garoto que, além de popular e desejado,
também é quarterback e namora uma líder de torcida que perde seu status de musa
do colégio após descobrir estar grávida do namorado.
E assim a série iniciou.
Losers. Completamente
perdedores. Pouco se mostravam histórias sob a ótica de pessoas consideradas dispensáveis
pela sociedade. Pouco se olhava para elas como seres humanos com potenciais
como qualquer outro. Durante cada episódio (desde o piloto) fica claro que cada
personagem buscava apenas uma coisa: realizar seus sonhos. Sonhos simples,
aparentemente comuns, mas motivacionais. E é nesse ímpeto, nessa busca pela
realização pessoal, que surge a principal questão da série: ser você mesmo o
impede de alcançar objetivos e realizar sonhos? Minhas características
pessoais, podendo ou não ser completamente distintas das comuns, são barreiras
que me impedem de ser, sentir e viver?
A cada episódio há uma busca
pelas respostas de tais perguntas. Uma busca constante, devo salientar.
É difícil ser diferente na sociedade
em que vivemos. O diferente é bizarro, é motivo de chacota, é sinônimo de
exclusão. Mas será que somos tão diferentes assim a ponto de não merecermos
significado algum no dia a dia? Sim, a pergunta abrange você também. Todos
somos diferentes. É inconcebível a ideia de que devemos ser iguais e comuns
para sermos aceitos.
Durante seis temporadas,
inúmeros assuntos e fatos (devo esclarecer) foram abordados em cada temporada.
Bullying foi o mais presente e ainda ouso afirmar que tal ato digno de repúdio
passou a ter uma atenção maior após a exibição da série. Anteriormente pouco se
buscava combater uma atitude que gera consequências gravíssimas. Sem esquecer
(claro!) do tabu da sexualidade. Quantos gays que assistiram, assistem e ainda
aqueles que continuarão assistindo não se identificaram, em algum momento, com
a difícil rotina do adorável Kurt? Um garoto maravilhoso e completamente
talentoso que não era aceito, mas que buscava manter-se integro a si mesmo,
independente se o mundo estava desabando em suas costas. Por outro lado, havia
Santana, uma garota arrogante, medíocre, fria, porém, totalmente amável. Sim,
amável! Era a sua forma de lidar com a rotina, com o modo de vida que lhe foi
imposto (esconda-se de si mesmo e seja o que lhe impõem). Esta era a garota
que, após saber que existia um local onde poderia ser ela mesma e amar quem
quisesse, descobriu que a vida não é aquilo que atribuem a você, mas sim, a
forma como você vive e encontra sua felicidade só depende única e
exclusivamente de você.
Como amar uma garota
egoísta, mimada, por vezes arrogante, mas talentosa de forma massacrante? Sim,
eu amei. E ainda a amo. Ah, Rachel Berry... Você fará muita falta! Pude me
identificar demasiadamente com tal personagem (exceto com a parte talentosa). A
Rachel foi uma das personagens mais marcantes da série por ser, talvez, a mais
humana a meu ver. Mesmo com tantos defeitos, possuía um espírito genuíno,
amável e sempre buscou dar o melhor de si mesmo que para isso, ela exigisse de
si constantemente. (Quem nunca...) E
será difícil esquecer todos os solos maravilhosos que ela performou de maneira
surpreendentemente admirável!
A descoberta do primeiro
amor é sempre um momento conturbado na vida de quase todo adolescente. Em Glee
não foi diferente. Quantos garotos não se apaixonariam por outro garoto
cantando Teenage Dream, da Katy Perry, com outros garotos e olhos focados em
você? Existe algum que não se apaixonaria? Porque, sinceramente... Blaine
Anderson fisgou meu coração completamente assim, ao surgir na segunda temporada
da série mostrando-se apaixonante como só ele consegue ser. E obviamente que o
Kurt não só se apaixonou, mas soube que não estava sozinho no mundo; soube
também que pode se sentir completo; pode sentir-se como se o mundo não
estivesse desabando sobre si; mesmo que para isso acontecer seja preciso que
outro alguém lhe ajude a compreender tais fatos. Blaine, todos os Gleeks te amam!
Mercedes... (Mercedão para
os íntimos!) Lembro-me o quão maravilhoso foi vê-la performar Bust Your
Windows, Beautiful, entre tantas outras performances marcantes! Uma jovem com
personalidade e alma de mulher destemida, sagaz e única. É assim que ela ficará
permanentemente em meu coração. Mostrou a todos que não importa seu aspecto
físico ou cor, você PODE conquistar o coração de qualquer pessoa e até mesmo do
mundo, basta ser você mesmo e não buscar ser superior a ninguém.
Finn pôde perceber que não é
preciso ser popular e ter um status social invejável para ser aceito ou ter uma
vida aceitável. Ele pôde perceber também que o amor surge quando e onde menos
esperamos. E que, mesmo com todas as barreiras impostas no caminho intitulado
vida, podemos superar tudo com amor, determinação e acima de tudo, mantendo-nos
fiéis a nós mesmos. Nunca esquecerei também o quão humilde ele sempre foi com
todos à sua volta. Humildade é algo valiosíssimo, e Finn deixou isso bem claro.
Obrigado por existir, Finn (Cory).
Sendo um pouco ácido agora,
nunca gostei muito da Fabray. Sim, Quinn quase sempre foi detestável para mim.
Detesto futilidade. De verdade. Passei a sentir apreço pela mesma ao vê-la
sofrer nas três primeiras temporadas. Julguem-me como quiser, mas há pessoas
que só mudam para melhor quando passam por graves problemas pessoais e por fim
percebem que o outro vale muito mais que uma aparência julgada feia, incorreta
ou distorcida. Ela pôde perceber também que não é superior a nenhuma outra
garota após perder coisas e pessoas importantíssimas para si. Pois é, Fabray, a vida é dura e te tira as
melhores coisas quando menos se espera...
Puckerman, o durão, nunca
cogitou a ideia de que pudesse amar, ser amado e ainda tornar-se maleável em muitas
situações do dia a dia. Mudanças. Puck mostrou que mesmo a pedra mais bruta
pode vir a ser um belo diamante, basta saber como lapidar. Ainda que, para que
todos vejam seu valor, seja preciso se esforçar total e incansavelmente.
Brittany, Artie, Tina, Mike,
Sugar e todas as outras personagens tornaram-se inesquecíveis em meu coração.
Tornaram-se eternas. Nunca esquecerei como é dar o seu melhor para trazer à
tona o melhor de outrem. O Professor Will Schuester me mostrou como é
conquistar o melhor de alguém e cuidar, preservar, amar. Obrigado, Will. Serei
eternamente grato pela sua coragem e determinação.
Sentirei falta de todos os
covers maravilhosos que ouvi durante estes seis anos que mudaram tanto minha
maneira de pensar e lidar com a vida. Foram tantas performances memoráveis,
duelos incríveis, mash-ups estupendos e que só mostraram que cada pessoa possui
um talento (quer seja para a música ou não como a própria Sugar poderia
afirmar). Nunca deixarei de ouvir cada cover que me inspirou de alguma forma e
que, por muitas vezes, desconhecia a música original, mas me fez procurar e
passar a adorar o cantor, cantora ou banda. Sim, isso aconteceu muito! (Risos)
Gravidez na adolescência,
separação, descoberta do primeiro amor, novos laços familiares, sexo, perdas,
poucas vitórias, decepções, amizades eternas... Glee tornou-se memorável por
abordar tantos aspectos importantes do dia a dia, da vida em si, na sua mais
dura e difícil forma. O seriado mostrou que viver não é fácil e nunca será, mas
que é uma luta diária; uma luta pelo qual vale a pena enfrentar. Cada vitória
conquistada possui um valor inestimável e exigiu esforços incomensuráveis.
Obrigado, Glee. Muito obrigado por ter me apoiado tanto nestes anos que você
marcou presença constante em minha vida. Obrigado também por me mostrar que
amar as diferenças é sinônimo de uma vida melhor, de amor na sua mais simples e
inteira forma. Serei eternamente grato.
Gleek Forever! ~
crying ~
Oii!!!
ResponderExcluirEu gostei tanto de assistir as duas primeiras temporadas de glee. Sempre curtia as músicas, que até hj ouço algumas. Depois foi ficando bem enjoadinho, talvez repetitivo. Com a morte do ator ficou bem sem graça neh. Mas foi uma série incrível, posso afirmar.
beijos
http;//mundo-restrito.blogspot.com.br
@rs_juliete
Oi Lê!! Nossa, adoro os seus textos, confesso que perdi o interesse na série depois que aquele primeiro elenco, aqueeele que você descreveu que dá início a série, acaba o ensino médio e segue pra faculdade e/ou outros destinos. Mas enquanto eu assisti, eu cantei, dancei, refleti, me emocionei com Glee. A proposta da série foi ousada, significativa e fez a diferença na vida de muitas pessoas, assim como fez na sua. Deu pra sentir teu coração batendo nas tuas palavras e o post ficou lindo :') Essa é com certeza uma série que vai deixar saudades, mas sempre teremos as playlists de Glee para todos os momentos! Beijos!
ResponderExcluirhttp://www.trocandodisco.com.br/
Oii Leandro, tudo bem??? Nossa, nunca ia imaginar que essa "série" era tão interessante e falava sobre assuntos tão importantes. Sempre achei que era algo meio bobo :(
ResponderExcluirGostei de conhecer. Um beijão
http://profissao-escritor.blogspot.com.br/
Acabou? Olha eu por fora. Assisti até a segunda temporada e não sei porque parei de assistir. Agora lendo a sua postagem, maravilhosa por sinal, vou voltar a assistir. Adoro series e filmes que tenham musica e foi isso que me chamou a atenção em Glee. O Kurt é o meu personagem preferido, sem falar que a voz dele é maravilhosa. A Sue também eu adoro.
ResponderExcluirBlog Prefácio
Oie Le =)
ResponderExcluirVou confessar que nunca fui fã de Glee, mas entendo a comoção dos fãs com o fim dela.
Dos poucos episódios que assisti achei a proposta do seriado de fugir dos padrões tradicionais aos quais estamos acostumados a assistir. Porém, não consegui sentir empatia pela Rachel e outros personagens. Uma pena mesmo...
Beijos e um ótimo final de semana;***
Ane Reis.
mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
@mydearlibrary
Não sou tão fã de Glee assim, mas adoro cada música do seriado, adorei seu post <33
ResponderExcluirBeijos,
cabanadosanjos.blogspot.com
Não curto muito a série, mas alguns covers deles eu curto. Como por exemplo, quando fizeram o cover da música The Only Exception, cara eu só lembro que é com o cara que morreu, a namorada dele cantando para ele. :´(
ResponderExcluirAté mais, http://realidadecaotica.blogspot.com.br/
OOoi,
ResponderExcluirEu não assistia Glee até um tempo atras, meu namorado sempre foi fã pois é apaixonado por musicais.
Comecei a ver semana passada. Acho todos esses temas muito interessantes sabe e vejo que foram bem abordados, eu que não sou fã, sinto um aperto ao saber do final da série que marcou uma geração.
O lado bom é que podemos ver e rever sempre :D
Beijinhos,
www.entrechocolatesemusicas.com
Oi, Le!
ResponderExcluirOwn, que post mais amor <3 Confesso que sempre tive uma certa curiosidade por essa série, toooodo mundo me indicava e tal. Mas deixei de lado total. Diferente mesmo a abordagem deles, gostei.
Um dia pretendo assistir.
Beijão.
P.s: ótimo post!
Oii Leandro,
ResponderExcluirQue postagem linda ♥
Eu não sei quando assistirei a finale porque estou atrasada, aliás deixei atrasar quando entrou o povo da Marley [olha que eu curtia ela haha]
Mas Glee se tornou uma das minhas queridinhas e me ajudou a superar muita coisa, me aceitar como sou, aquele episódio Born This Way é muito especial pra mim.
Foi uma série que mexeu muito com meu emocional, mas de um jeito maravilhoso.
bjs e tenha um ótimo domingo
Nana - Obsession Valley
Não sou muito fã dessa série... aliás, não sei nem o que se passa ehuehuehe
ResponderExcluirMas já ouvi alguns covers deles e é bem legal! ^^
Até mais!
Math // de-livro-em-livro.blogspot.com
Oi leandro
ResponderExcluirNão sou fã da série. Na verdade tentei gostar e assistir alguns episódios da 1ª temporada e acabei largando, não consegui me prender a história, só gostava das músicas mesmo.
Seu texto ficou maravilhoso e demonstra claramente a importância que a série teve para você e o quanto ela te marcou.
Vi muitos fãs lamentando o fim, mas a gente sabe que séries não duram para sempre e chega um momento que precisamos dizer adeus. Infelizmente.
Abraços
Mundo de Papel
Olá Leandro,
ResponderExcluirNão assisto séries, mas algumas me deixam curioso, mas essa não veio ao caso, mas fico feliz que tenha gostado....abraço.
devoradordeletras.blogspot.com.br