[RESENHA] Uma Carta de Amor - Nicholas Sparks

O último livro do Sparks que li foi em dois mil e treze. Quase dois anos depois me propus a ler outro romance do autor que amo e odeio em níveis similares. Ler algum livro dele é como reencontrar um amigo de longa data: você sabe que o adora, mas espera ser surpreendido por algo em algum momento. Eu já sou familiarizado com a escrita do autor, gosto muito, mas sempre espero alguma surpresa do mesmo, não nego. E com esta leitura não foi diferente.

Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580412475
Ano: 2014
Páginas: 288

Nota: (4/5)

Há três anos, a colunista Theresa Osborne se divorciou do marido após ter sido traída por ele. Desde então, não acredita no amor e não se envolveu seriamente com ninguém. Convencida pela chefe de que precisa de um tempo para si, resolve passar férias em Cape Cod. Durante a semana de folga, depois de terminar sua corrida matinal na praia, Theresa encontra uma garrafa arrolhada com uma folha de papel enrolada dentro. Ao abri-la, descobre uma mensagem que começa assim: “Minha adoradaCatherine, sinto a sua falta, querida, como sempre, mas hoje está sendoespecialmente difícil porque o oceano tem cantado para mim, e a canção é a da nossa vida juntos.”Comovida pelo texto apaixonado, Theresa decide encontrar seu misterioso autor, que assina apenas “Garrett”. Após uma incansável busca, durante a qual descobre novas cartas que mexem cada vez mais com seus sentimentos, Theresa vai procurá-lo em uma cidade litorânea da Carolina do Norte. Quando o conhece, ela descobre que há três anos Garrett chora por seu amor perdido, mas também percebe que ele pode estar pronto para se entregar a uma nova história. E, para sua própria surpresa, ela também.Unidos pelo acaso, Theresa e Garrett estão prestes a viver uma história comovente que reflete nossa profunda esperança de encontrar alguém e sermos felizes para sempre.

Thereza é escritora e colunista do jornal Boston Times. Divorciada, mãe de um garoto que foi passar as férias com o pai, ela decide descansar um pouco também, e vai parar em Cape Cod. Ao chegar lá, inesperadamente, ela encontra uma carta dentro de uma garrafa que, aparentemente, veio do mar. Curiosa a respeito de tal objeto achado, ela decide ler a carta e em seguida, após ideia da sua amiga, decide publicá-la, sob nova formatação, no jornal. O sucesso é instantâneo. E devido a algumas informações vindas dos seus leitores, ela decide ir atrás do autor que assina pelo nome de Garrett.

Na busca, Thereza encontra novas cartas que continuam mexendo ainda mais consigo mesma. Mas é na Carolina do Norte (como quase sempre) que ela encontra Garrett. Ele ainda lamenta pela mulher que perdeu, pelo amor que não pode mais ser alimentado. Entretanto, ele pode e precisa viver uma nova história de amor; está preparado para isso. E para a surpresa de Thereza, ela também está.

Movidos pelo destino, ambos vivem um palpável romance onde nada é tão bonito e perfeito como se espera, e a incansável busca em achar alguém para nos fazer feliz é algo bastante notório na história.

"Mas agora, sozinho em casa, acabei compreendendo que o destino pode ferir alguém, assim como pode abençoá-lo, e fico perguntando por que, entre todas as pessoas no mundo que poderia ter amado, tive que me apaixonar por uma que foi levada para longe de mim."

Pág.: 48

Imagine um romance bastante dramático, palpável e também comovente. Imaginou? Bem, é exatamente assim que defino “Uma Carta de Amor”, do grande romancista contemporâneo Nicholas Sparks. Acredito que esta tenha sido uma das primeiras obras do autor a ser publicada. Já li mais de dez livros do autor. Então o ato de comparar é quase inevitável. Há muitas características similares a outros livros do mesmo, nesta história. Entretanto, por apresentar uma trama bem mais madura e com doses de realidade, esta diferencia-se das demais.

As personagens, como eu já esperava, apresentam características muito interessantes; são tão humanas que é quase possível acreditar que realmente existem e viveram os acontecimentos presentes da história. Erram, acertam, choram, sofrem, amam, vivem amores de forma intensa e sem receio. Tais características estão presentes em quase todas as histórias do Sparks. Nesta não aconteceu diferente e eu adoro isso, admito.

Se você espera ou anseia um romance no estilo Happy End Forever, troque a leitura e nem se arrisque! Este livro apresenta um romance bastante maduro, sem grandes doses de melosidade e devido a isso, considerei-o bastante real. A forma como cada um dos protagonistas lida com suas dores é muito doloroso. Nada é fácil na vida deles. Dia após dia eles enfrentam suas piores fraquezas para se tornarem fortes; é uma tentativa diária, na verdade. Até porque viver não é fácil, e tudo é muito pior quando há perdas.

Um aspecto negativo foi o desenvolvimento da história. É bastante oscilatório, infelizmente. O livro, inicialmente, é demasiadamente lento. Se você espera um começo promissor e envolvente, não se anime.  De forma bem gradual (quase lenta), o autor vai desenvolvendo o enredo e consequentemente envolvendo o leitor. Ao menos foi assim que a leitura fluiu comigo. Como nunca desisto do Sparks, precisei me esforçar para prosseguir com a leitura e não me decepcionar.

Concluindo, é um bom livro, sem dúvidas. Não é um dos melhores do autor, mas satisfaz qualquer fã ou apreciador das histórias do mesmo. Em alguns momentos, achei o romance um pouco similar com “Noites de Tormenta” que também foi escrito pelo Sparks e tem filme; amo muito o livro e o filme, e ainda acrescento que me agradou mais do que “Uma Carta de Amor”. Mas ambas histórias são boas e vale à pena a leitura de cada uma. Enfim, se você curte um bom romance dramático, leia sem hesitação e não irá se arrepender. Caso contrário, não arriscaria no seu lugar.

RECOMENDO!

P.S.: O Sparks não tem pena dos seus leitores quando vai concluir suas histórias. (Risos)

P.S.2: Eu decidi remover o domínio do blog. Não consegui resolver o problema e isso só estava me atrapalhando em demasia. Caso queiram acessá-lo, usem o blogspot no endereço.