[RESENHA] Nove Regras a Ignorar antes de se Apaixonar - Sarah McLean

Eu sempre quis ler algo da Sarah McLean. Há muito tempo eu li vários comentários a respeito da autora (comentários positivos, devo salientar) e minha curiosidade sempre foi atiçada por isso. Então, inesperada e felizmente, a querida Editora Arqueiro publica o primeiro livro de uma das melhores séries da autora, segundo suas fãs. De imediato, sem titubear, solicitei o romance. Para a minha sorte e felicidade, a McLean é realmente boa e escreveu uma história de amor divertida, sedutora, apaixonante e com um sutil toque de conto de fadas.

Edição: 1
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580415049
Ano: 2016
Páginas: 384

Nota: (4,5/5)

A sonhadora Calpúrnia Hartwell sempre fez tudo exatamente como se espera de uma dama. Ainda assim, dez anos depois de ser apresentada à sociedade, ela continua solteira e assistindo sentada enquanto as jovens se divertem nos bailes. Callie trocaria qualquer coisa por uma vida de prazeres. E por que não se arriscar se, aos 28 anos, ela já passou da idade de procurar o príncipe encantado, nunca foi uma beldade e sua reputação já não lhe fará a menor diferença? Sem nada a perder, a moça resolve listar as nove regras sociais que mais deseja quebrar, como beijar alguém apaixonadamente, fumar charuto, beber uísque, jogar em um clube para cavalheiros e dançar todas as músicas de um baile. E depois começa a quebrá-las de fato. Mas desafiar as convenções pode ser muito mais interessante em boa companhia, principalmente se for uma que saiba tudo sobre quebrar regras. E quem melhor que Gabriel St. John, o marquês de Ralston, para acompanhá-la? Afinal, além de charmoso e devastadoramente lindo, ele é um dos mais notórios libertinos de Londres. Contudo, passar tanto tempo na companhia dele pode ser perigoso. Há anos Callie sonha com Gabriel e, se não tiver cuidado, pode acabar quebrando a regra mais importante de todas – a que diz que aqueles que buscam o prazer não devem se apaixonar perdidamente.

Calpúrnia (ou Callie) recebeu tal nome devido a uma personagem de um dos romances de Shakespeare. Infelizmente, já passou de sua fase de debutar há muito tempo. Nunca foi considerada um exemplo de beleza feminina. Inclusive, durante a fase em que poderia conseguir um bom marido, o máximo que ela atraiu foi homens velhos ou falidos. Seu primeiro baile não foi como esperava, exceto pelo fato de que, ao fugir para o jardim por não suportar o constrangimento de estar vestida tão excentricamente, deparou-se com um dos maiores conquistadores da época.

Gabriel encontra Calpúrnia bastante decepcionada no jardim porque nenhum jovem cavalheiro interessante ou digno a chamou para uma dança. Por uma questão até mesmo de gentileza, ele a trata gentilmente, fazendo-a sentir-se melhor. Mas tudo muda novamente quando Callie o vê, instantes depois, com outra mulher.

Os anos passam e Callie está envolvida com o debute de sua irmã caçula, Mariana. Está muito feliz com o sucesso da irmã que atrai a atenção do Duque de Rivington, James Talbott, que não perde tempo e a pede em casamento. Enquanto isso, Callie é tratada pelos familiares como a pobre coitada que foi passada para trás pela irmã. Após tal infortúnio, e completamente exausta de tudo, ela decide fazer uma lista com nove coisas que comumente não são feitas por mulheres, e isso, com toda certeza, mudará sua vida completamente.

"Eu passei vinte e oito anos fazendo o que todo mundo a minha volta esperava que eu fizesse. Ser o que todos esperavam que eu fosse. E é horrível para uma pessoa não ter outra visão de si mesmo."

Eu realmente me surpreendi com este livro, e em vários aspectos. Devo considerar que todos os elogios a respeito da autora, de fato, são verdadeiros. Ela sabe desenvolver um bom romance permeado por um enredo coerente, e ainda apresenta personagens interessantes, convincentes e bem construídas. Nada neste livro soa forçado ou exagerado. Na verdade, ao analisar a história mais atentamente, achei-a simples, mas agradabilíssima. É aquele tipo de livro que ajuda o leitor a relaxar, desopilar, principalmente após leituras densas ou exaustivas.

A Callie é uma protagonista adorável do início ao fim. Percebe-se que através dela, a autora buscou expressar uma sutil crítica social. É determinada, ousada (amei tal característica da personalidade dela) e corajosa. A maneira como age perante o Gabriel, em muitos momentos, reforçou a impressão de que, mesmo que parecesse ingênua, não era. E que bom! Tenho sérios problemas com protagonistas ingênuas demais (quase beirando a babaquice). A Callie foge de tal padrão e ainda se mostra divertida. E o melhor: não fica agindo estupidamente a cada respiração. Sim, isso acontece muito em outros livros por aí.

O Gabriel é um charme à parte. Mesmo sendo um galanteador nato (detalhe que o torna incrivelmente tentador, devo reforçar), é impossível não se sentir atraída por ele. O mais gostoso de acompanhar é a forma como ele vai se apaixonando por Callie, percebendo isso e ainda assim, não se recusando a aceitar. Desde o momento em que conheceu a mocinha da história, gentileza foi uma das suas expressões mais explícita para com ela. E até mesmo a maneira como tenta conquistá-la consegue ser adorável.

A narrativa é objetiva e simples. É possível fazer a leitura em pouquíssimos dias ou até mesmo, horas. A única ressalva é que, em determinados momentos, a autora pareceu deter-se em situações irrelevantes, e que não mudaram em nada a história, infelizmente. Acredito que tais partes desnecessárias poderiam ser poupadas. Mas isto é só um ponto que pareceu pertinente comentar. Ademais, só elogios! As demais personagens também são bem trabalhadas na história e conseguem tornar tudo ainda mais envolvente.

Em suma, “Nove Regras a Ignorar antes de se Apaixonar” é ótimo! Possui um romance cativante, charmoso, sexy e divertido. Se você ama tais características presentes em um casal interessante, com toda certeza irá adorar este livro e pedir por mais. É necessário que todo e qualquer fã de romances de época leia esta história. Tenho quase cem por cento de certeza que irá curtir e aproveitar bastante a leitura, sem dúvida. Eu me apaixonei, me diverti e ainda fiquei com um sorriso bobo no rosto após virar a última página. Se eu recomendo? Claramente!