[RESENHA] A Garota do Calendário (Janeiro) - Audrey Carlan

Mais um erótico que está, aos poucos, invadindo a blosgosfera e os leitores brasileiros, apreciadores do gênero em questão. Particularmente, eu não conhecia. Então, foi um grata surpresa receber o primeiro e o segundo volume da série em minha humilde residência (obrigado, Verus Editora ♥). Esta resenha será referente ao primeiro livro que fala sobre o mês de Janeiro. Antes que esteja pensando que eu não gostei, na verdade, eu gostei muito do que li e me peguei satisfeito ao virar a última página. Não foi o melhor livro erótico que li, mas considero um dos melhores, e ainda não peca no quesito “ser-extenso-desnecessariamente”.

Edição: 1
Editora: Verus
ISBN: 9788576865063
Ano: 2016
Páginas: 144

Nota: (4,5/5)

Ela precisava de dinheiro. E nem sabia que gostava tanto de sexo. O fenômeno editorial do ano e best-seller do New York Times, USA Today e Wall Street Journal. Mia Saunders precisa de dinheiro. Muito dinheiro. Ela tem um ano para pagar o agiota que está ameaçando a vida de seu pai por causa de uma dívida de jogo. Um milhão de dólares, para ser mais exato. A missão de Mia é simples: trabalhar como acompanhante de luxo na empresa de sua tia e pagar mensalmente a dívida. Um mês em uma nova cidade com um homem rico, com quem ela não precisa transar se não quiser? Dinheiro fácil. Parte do plano é manter o seu coração selado e os olhos na recompensa. Ao menos era assim que deveria ser... Em janeiro, Mia vai conhecer Wes, um roteirista de Malibu que vai deixá-la em êxtase. Com seus olhos verdes e físico de surfista, Wes promete a ela noites de sexo inesquecível — desde que ela não se apaixone por ele.

Mia vira acompanhante de luxo para pagar uma dívida de jogo do seu pai. Precisa de um milhão de dólares o mais rápido possível. A cada mês, ela será de um cliente diferente e acha que vai ser fácil não se envolver, mas será que vai conseguir quando o cliente é incrivelmente lindo e maravilhoso? O primeiro da vez é West, um cara que deixa qualquer pessoa (apreciadora de homens) babando. Ele é roteirista de Malibu, gosta de surf, é carinhoso e muito rico. Ambos estabelecem um acordo para não haver envolvimento emocional. No entanto (e previsivelmente), as coisas tomam um rumo diferente.

"− As coisas são como são. Tem que ser assim − eu o lembrei."

Pág.: 82 

Eu realmente gostei do livro. Logo quando o recebi, pude perceber que seria uma leitura rápida e simples. Não estive equivocado. A história possui muitos furos, adianto-lhe. A começar pela protagonista: como estava tão endividada, mas tinha um iPhone, uma moto cara e ainda outras coisinhas que poderiam ser vendidas para angariar mais dinheiro? Ilógico, né? É, eu achei. Outra coisa: a autora demonstra que outras personagens na história (como os familiares de Mia) estão com sérios problemas, mas pouco se aprofunda nisso. Talvez não seja seu intuito, mas se ela focar nisso (e eu espero que isso realmente aconteça) vai melhorar bastante todo o enredo.

A Mia é uma boa personagem e só. A personalidade dela não destoa muito das protagonistas de outros romances eróticos. A única ressalva que eu cito é que ela não fica se lamentando, e isso é ótimo. Quando a tia dela faz a proposta, mesmo receosa, busca esclarecer suas dúvidas e logo se joga. E até mesmo a forma como ela lida com o Wes, é madura, sem espaço para aquela ilusão romântica. Eu gostei muito disso porque não deixou a história tão fantasiosa, sabe? Deu para trazer um pouquinho (bem pouquinho mesmo) para a realidade e compreender melhor a situação que ela vivenciou.

O Wes é o charme em forma de pessoa. Não, ele não é só charmoso. Também é lindo e todo aquele clichê masculino que só encontramos nos romances. Não encontrei nenhuma característica que o tornasse único. Ele apenas é aquele personagem criado para ser o desejo/cobiça, nada mais que isso. Em alguns momentos, por ele não querer se envolver emocionalmente, achei-o um pouco desnecessário, confesso, mas nada que tenha me feito odiá-lo ou algo do tipo.

O romance acontece, mas de forma bem superficial. Inacreditável, né? Deixa-me explicar. O contrato que a protagonista assina meio que não considera envolvimento algum; ela precisa apenas cumprir seu papel de acompanhante por um mês de algum cara que pague os serviços da empresa. Logo, mesmo os protagonistas transando muito (como já se espera), eles buscam estar cientes do que está em jogo ali, do que podem e do que não podem. É perceptível que surge um apego entre eles, mas muita coisa é considerada nesses momentos e as coisas não podem sair do caminho esperado, se é que me entende. E sendo bem franco, eu gostei de verdade disso.

Em suma, “A Garota do Calendário – Janeiro” é uma boa escolha para quem busca uma leitura rápida, descompromissada e divertida. Não é um livro que mudará sua vida e que vai apresentar um enredo inovador. Não. Apenas consegue ser uma história clichê, mas com pequenas características que destoam entre tantas outras do mesmo gênero. Se você busca isso ou curte literatura erótica, dê uma chance. Só não crie expectativa e apenas se divirta. O entretenimento é garantido, juro.