[RESENHA] Os Bons Segredos - Sarah Dessen

Eu sempre quis ler algo da Sarah Dessen. A mulher já tem vários livros figurados como best-sellers lá fora. Aqui no Brasil não é muito diferente. Logo, a curiosidade era evidente da minha parte. Por sorte do destino e por ter uma amiga maravilhosa (obrigado, Nessa! ♥), consegui a oportunidade de ler “Os Bons Segredos”, um dos títulos mais recentes da autora a ser publicado em terras nacionais.  Antes que indague se eu curti a leitura ou não, adianto-lhe que achei regular. Possui boas personagens, inclusive a própria protagonista consegue ser agradável e coerente em relação ao contexto da trama, mas a história não me animou em momento algum, sendo monótona e desinteressante.

Edição: 1
Editora: Seguinte
ISBN: 9788565765763
Ano: 2015
Páginas: 408

Nota: (2,5/5)

Há segredos muito bons para serem guardados — e livros muito bons para serem esquecidos. Sydney sempre viveu à sombra do irmão mais velho, o queridinho da família. Até que ele causa um acidente por dirigir bêbado, deixando um garoto paraplégico, e vai parar na prisão. Sem a referência do irmão, a garota muda de escola e passa a questionar seu papel dentro da família e no mundo. Então ela conhece os Chatham. Inserida no círculo caótico e acolhedor dessa família, Sydney pela primeira vez encontra pessoas que finalmente parecem enxergá-la de verdade. Com uma série de personagens inesquecíveis e descrições gastronômicas de dar água na boca, Os bons segredos conta a história de uma garota que tenta encontrar seu lugar no mundo e acaba descobrindo a amizade, o amor e uma nova família no caminho. 

Sydney é uma jovem que se sente invisível, vivendo na sombra de seu irmão, Peyton. Porém, ele começa a se envolver em situações perigosas e consequentemente preocupantes. Um dia, voltando de uma festa, o garoto dirigia bêbado e atropelou um menino que passava de bicicleta na rua. Desde então, a vida da família Stanford muda radicalmente. Peyton é preso, Sydney muda de escola e a mãe, Julie, tem que focar em algo que não seja a vida dos seus filhos.

Na nova escola, Sydney faz amizade com Layla, filha do dono da pizzaria Seaside que fica próximo ao colégio em que estudam. Mac e os amigos (Irv e Eric) tornam-se a nova família da protagonista.

Entre fugir de Ames (o amigo esquisito de Peyton e que também é amigo da família a qualquer custo), adaptar-se a nova escola, manter as antigas amigas do antigo colégio e entregar pizzas na companhia de Mac e Layla, Sydney lida com os traumas do passado com o intuído de superá-los e conseguir sentir-se mais livre.

“Um fenômeno estranho acontece quando uma coisa deixa de ser um fato isolado para se tornar um hábito. Como se o problema já não fosse um visitante temporário, mas alguém que se mudou de vez para a sua casa.”

Um aspecto muito positivo da Dessen é a construção de seus personagens. Eu não tive a sensação de que havia algum pairando, perdido na história. Obviamente que há aqueles que não têm tanta relevância, mas ainda assim, foi possível notar que a autora não os colocou ali em vão e nem são, de todo, irrelevantes. A Sydney é uma boa protagonista. Por se tratar de um drama adolescente, é provável que existam os famigerados mimimi e clichês adolescentes, mas não é nada incômodo, entende? Tudo o que eu senti foi que as atitudes da protagonista soaram coerentes com toda a realidade em que ela estava inserida, e mesmo assim, a Sydney mostrou-se forte e resistente em muitos momentos.

O grande problema, para mim, foi o desenvolvimento da história. Sabe quando você não encontra uma situação empolgante ou nada lhe instiga? Pois é, senti isso durante toda a leitura e foi bem desconfortável. Eu ansiei por uma reviravolta, alguma situação em que alguns personagens se expressassem intensamente, mas de forma diferente, não como todo e qualquer leitor espera ao iniciar a leitura de um livro. Eu não consegui avaliar de forma positiva devido a este infortúnio, eu diria. Você pode até crer que a causa disso deva-se ao fato da minha curiosidade para com a autora, mas garanto-lhe que não. Eu busquei não criar expectativas com esta leitura por saber que a mesma é juvenil. Geralmente busco não criar expectativas com leituras juvenis ou infanto-juvenis porque é o tipo de leitura que mais me causa frustrações, infelizmente.

Há romance na história, sim, mas nada muito intenso ou que seja o destaque da história. Diria que é algo que surge bem sutilmente e se mantém assim durante todo o “desenvolvimento” (se é que existiu) da trama. Particularmente, achei que foi o ideal. Percebe-se desde o início que focar em tal aspecto nunca foi o ideal para a autora ou que ela realmente buscava. Considero apenas uma parte fundamental da protagonista que merecia ser expressa ali, na história. Afinal, boa parte dos adolescentes se relaciona ou tenta. Achei interessante o romance existir e não ter tirado o objetivo da trama.

Em suma, é um livro razoavelmente bom. A escrita da autora é agradável, simples e bem leve. Possivelmente, isso foi o que me “instigou” a continuar e concluir a leitura o quanto antes. Se você curte YA Contemporâneo, pode vir a gostar do livro, mas não diria que é garantia. Particularmente, adoro o gênero, mas sempre considero vários aspectos de uma história ao avaliá-la. Se você não é um leitor como eu (bem chato, eu sei), é provável que vá gostar da leitura. Repetindo: é um drama juvenil, com os clichês adolescentes e mimimi esperados, mas que se sobressai por possuir bons personagens. No entanto, não apresenta uma história empolgante ou interessante, infelizmente.