[RESENHA] Uma Mulher Livre - Danielle Steel

Eu sou aquela pessoa que basta ler vários elogios sobre determinado/determinada autor/autora e já fica demasiadamente curioso para ler qualquer título do mesmo/mesma. Qualquer título mesmo! Eu conheço alguns livros da Steel desde quando era do ensino médio (faz tempo), mas nunca tive a oportunidade de ler. Mas como a vida às vezes é generosa, eu recebi o livro “Uma Mulher Livre” inesperadamente e fiquei encantado com a capa de imediato. O “banho de água fria” veio ao fazer a leitura em si porque não foi nada do que eu imaginei e se mostrou nem um pouco satisfatória.

Edição: 1
Editora: Record
ISBN: 9788501096623
Ano: 2016
Páginas: 294

Nota: (1/5)

Dos deslumbrantes salões de baile de Manhattan para os horrores da Primeira Guerra Mundial, Danielle Steel nos leva para um mundo fascinante de uma jovem de espírito indomável. Nascida numa vida de luxo e glamour, Annabelle Worthington carrega o sobrenome, e a nobreza, de uma das famílias mais influentes de Nova York. Até que, num dia cinzento de abril, o Titanic afunda, levando junto o seu mundo. Seus pais e seu irmão mais velho estavam na viagem inaugural do majestoso navio, e apenas sua mãe sobreviveu. Para tentar confortar seu coração, Annabelle se voluntaria para trabalhar em um hospital, ajudando a cuidar dos enfermos, onde descobre sua verdadeira vocação. E, quando um homem nobre a pede em casamento, ela acredita que, enfim, voltará a ter dias felizes. Porém, novamente, o destino lhe prega uma peça, colocando-a no centro de um escândalo. Para fugir da tristeza que sua vida se tornou, ela vai para a Europa trabalhar no front da Primeira Guerra Mundial, ajudando a salvar os feridos. Na França, no auge do conflito, Annabelle consegue realizar um grande sonho: estudar medicina. O problema é que, mais uma vez, sua fé é colocada à prova, e ela precisará tentar retirar forças de uma grande tragédia se quiser renascer para uma nova vida. Com uma narrativa de tirar o fôlego e repleta de detalhes históricos, Danielle Steel nos apresenta uma de suas personagens mais fascinantes e singulares, e sua história inspiradora de dignidade, coragem e amor pela vida.

Annabelle é uma jovem que tinha uma vida estável, tranquila e harmoniosa. Possuía uma família unida, ótima condição financeira e os problemas eram ínfimos. Até que tudo muda quando seu pai e seu irmão morrem numa viagem, e apenas sua mãe sobrevive. O que antes era calmaria, torna-se uma tempestade inimaginável e ela não é mais a mesma. E para piorar, precisa de um noivo, no entanto, crer na hipótese de que não encontrará algum que valha à pena nem tão cedo. Os problemas só aumentam e a protagonista, mesmo decidida a enfrentá-los, encontra-se perdida.

"Enquanto admirava o oceano, tinha uma sensação incrível de liberdade, de finalmente ter se livrado das algemas. Não estava sobrecarregada pelas opiniões das outras pessoas, ou pelas mentiras ao seu respeito. Era uma mulher livre, uma mulher virtuosa, e sabia disso." 

Estou decepcionado. Sim, estou. Sabe quando um livro não te convence em momento algum da leitura? Sim, pois é, senti-me assim ao ler “Uma Mulher Livre”. A primeira característica que me incomodou foi a narrativa; ela não conseguiu ser instigante, foi bastante simplista quando deveria conter detalhes importantes, e em outros momentos, deteve-se em pontos que pouco ou nada acrescentaram à trama. Não sei ao certo se todos os livros da autora apresentam o mesmo modelo narrativo, mas se sim, não quero perder meu precioso tempo. E em determinadas situações, alguns acontecimentos foram apresentados tão aceleradamente que eu realmente me senti incomodado. Qual a necessidade?

A protagonista mostrou-se bem “insossa” (se é que me entende) durante todo o desenrolar da história. Ela não me convenceu e nem me deixou impaciente. É muito desconfortável sentir certa indiferença por algum/alguma protagonista porque geralmente o leitor é guiado por ele/ela ou acompanha seus respectivos acontecimentos. A autora quis causar certo pesar nos seus leitores, creio, porque a tal Anabelle passa por vários perrengues e até sofre consideravelmente, mas nada me convenceu. Achei tudo muito forçado e com o intuito de causar alguma sensibilização. Não funcionou comigo em momento algum.

Alguns temas como machismo, preconceito sexual e outros (mas não muitos) são abordados na história, no entanto, de forma superficial e indireta, sem ater-se ou mesmo deter-se em nada. Sou do tipo de pessoa que, se não vai fazer algo decente, não faça. São temas importantes, gente! É interessante, viável e necessário comentar sobre eles e problematizar. Mas falar por falar e não produzir nenhuma reflexão útil e necessária é desmerecer tudo, até mesmo o que se “propôs” a fazer. Virginiano feelings...

Eu jurava de olhinhos fechados que, de certeza, encontraria um romance neste livro. Qual não foi minha surpresa e descontentamento ao não encontrar nem isso?! Sim, não vi romance útil ou decente algum nesta história. Certo, poderia não ser o foco da autora, eu entendo. Mas custava colocar um pouco de açúcar no enredo? É, sou exigente e realmente acreditava que teria um casal bonitinho se amando, mas não foi o que aconteceu e a frustração foi bem dura. E só para esclarecer, por via das dúvidas, eu não tinha expectativas para com este livro, juro.

Em suma, deu para notar que não tive uma boa leitura. Este foi o meu primeiro contato com a Steel e eu não sei se ainda, por ironia do destino, darei outra chance a autora. Não considero a história um romance (longe disso). Diria que se encaixa melhor como um drama. Se você pretender ler o livro e é apaixonado/apaixonada por esta capa assim como eu estava (é, talvez ainda esteja), é bom não criar expectativa alguma e não ir com sede ao pote, se é que me entende. Porém, se você já é fã da Steel, não há muito o que temer e é só fazer a leitura. É provável que goste muito mais do que eu.