[RESENHA] Essa Luz Tão Brilhante - Estelle Laure

“Essa Luz Tão Brilhante” me convenceu de imediato pela capa (sim, amei) e em seguida pela sinopse. Pronto. Após isso, eu já estava ansioso para fazer a leitura o quanto antes. A excitação foi tão notória que, ao receber os livros que solicitei à editora, peguei-o imediatamente para ler; precisava ser o primeiro. Com personagens adoráveis, palpáveis e acima de tudo, uma protagonista humana e interessante, a autora construiu um drama tocante e sensível, sem apelações, mas que “pecou” quando não conseguiu desenvolver um final satisfatório.

Edição: 1
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580416015
Ano: 2016
Páginas: 208

Nota: (4/5)

O pai dela surtou e foi internado. A mãe disse que ia viajar por uns dias e nunca mais voltou. Wren, sua irmãzinha, parece bem, mas já está tendo problemas na escola. Lucille tem só 17 anos, e todos os problemas do mundo. Se não conseguir arrumar um emprego para pagar as contas e fingir para os vizinhos que está tudo em ordem, pode perder a guarda da irmã. Sorte a dela ter Eden, uma amiga tão incrível que se dispõe a matar aulas para ajudá-la. Azar o dela se apaixonar perdidamente justo agora, e justo por Digby, o irmão gêmeo de Eden, que é lindo, ruivo... mas comprometido. Essa luz tão brilhante é a história de uma garota que descobre uma grande força dentro de si enquanto aprende que a vida e o amor podem ser imprevisíveis, assustadores e maravilhosos – tudo junto e misturado.

Lucille está com grandes problemas pessoais. Após seu pai ter um surto e sair de casa para se recuperar em uma clínica, sua mãe disse que precisava tirar uns dias de férias para colocar a cabeça no lugar, reerguer-se. O problema é que essas "férias" parecem e podem ser permanentes.

Sozinha para cuidar de uma casa, com contas para pagar, sua irmã mais nova, Whren, para alimentar etc., Lucille vai precisar de toda a ajuda que puder conseguir, sem levantar suspeitas de que foi abandonada juntamente com sua irmã, pois a última coisa que quer é que o conselho tutelar seja acionado e a única família que lhe sobrou seja tirada.

"[...] Algumas coisas não podem ser desditas, desfeitas."

Pág.: 53

Yaaas! Amei a Lu! (Vou chama-la intimamente assim porque já somos grandes amigos.) Ela é uma jovem que precisou amadurecer precocemente, e é notável como consegue ser racional com cada atitude tomada. É bem difícil se sentir confortável com toda a situação que ela teve que enfrentar e eu só queria poder entrar na história e dizer que a mesma não estava sozinha (eu-sendo-amável). A Laure Estelle desenvolveu uma protagonista forte e sensível de forma simultânea, determinada, corajosa, e totalmente palpável, “pés-no-chão”. Sentir empatia pela Lu aconteceu de modo imediato e foi maravilhoso porque me colocou direta e inteiramente dentro da história dela.

Há outros personagens cativantes na história, mas o núcleo em si não é vasto. Destaco a Whren, irmã da Lu, e Eden, a melhor amiga. É lindo perceber a amizade que é compartilhada entre cada uma, mas de forma separada. Os limites que cada uma ultrapassa para fazer com que os laços existentes não se desfaçam consegue ser incrível.

Há romance na história, sim. Então, admito que esperava mais “açúcar” neste ponto da trama, mas parece que este nunca foi o intuito da autora. Alguns até podem achar que o casal é meloso, mas ouso discordar. O que realmente me convenceu foi a postura da Lu perante a relação amorosa que surgiu. Ao envolver-se, ela está ciente de tudo e não faz a ingênua em momento algum. E o melhor: quando precisa “encurralar” em busca de uma resposta, ela o faz. Você pode até estar se questionando se ela erra em algum momento, e sim, ela “pisa na bola” em algumas situações, mas era o esperado por mim; gosto quando protagonistas erram e se mostram palpáveis graças a isso.

O grande erro do livro é o final. Continua sendo, na verdade. A história foi finalizada de modo apressado, esmeradamente. Eu esperava um “ponto final” mais conclusivo, mais concreto, mas não foi o que aconteceu, infelizmente. Virei a última página e ops! Cadê o resto do livro? Pareceu que a autora não se importou muito ou não sabia, ao certo, como finalizar todo o emaranhado de problemas que a vida de Lu havia angariado, se é que posso falar assim. Fiquei com essa impressão.

Concluindo, “Essa Luz Tão Brilhante” é um bom livro e só. Está bem longe de ser uma leitura inesquecível ou surpreendente, embora emocione em determinados momentos e apresente uma história sensível. Confesso que esperava um pouco mais, principalmente quanto à resolução de conflitos da protagonista, mas não foi bem o que aconteceu, como deu para perceber. Se você busca uma leitura rápida, sensível, este livro é uma ótima escolha. Apenas não crie expectativas ou espere um final incrível. Caso contrário, poderá se frustrar.