[RESENHA] A Primeira Chance - Abbi Glines

Há quem questione a razão para eu ainda insistir em ler livros da autora Abbi Glines. Nem eu mesmo sei responder. O que eu posso adiantar é que basta a premissa de um livro me convencer, independente do autor, que eu fico louco para iniciar a leitura o mais rápido possível. Ao ler a sinopse de “A Primeira Chance”, fiquei curioso, embora tenha ficado bastante receoso se deveria dar outra chance à autora ou não. Eis que eu acabei dando, no final de tudo. Solicitei o livro, recebi e de imediato iniciei a leitura. Para a minha felicidade a leitura se mostrou agradável e não foi um completo erro. Claro que a autora cometeu determinados deslizes (pra variar), mas nada que tenha me feito não curtir o livro.

Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414592
Ano: 2015
Páginas: 224

Nota: (4/5)

Quando o pai roqueiro de Harlow Manning sai em turnê, ele a envia para Rosemary Beach, na Flórida, para viver com sua meia-irmã Nan. O problema: Nan a odeia. Harlow tem que manter a cabeça para baixo, se ela quer passar os próximos nove meses em paz. Isso parecia ser fácil... Até que o lindo Grant Carter sai do quarto de Nan.
Grant cometeu um grande erro em se envolver com uma garota com veneno nas veias. Ele sabia sobre a reputação de Nan, mas ainda sim não conseguiu resistir a ela. Nada faz ele se arrepender da aventura mais do que seu encontro com Harlow, que o deixa com o pulso acelerado. No entanto, Harlow não quer ter nada a ver com um cara que poderia se apaixonar por sua meia-irmã malvada. Mesmo não existindo amarras entre Grant e Nan.
Grant está desesperado para se redimir aos olhos de Harlow, mas ele arruinou suas chances com ela antes mesmo de conhecê-la...

Harlow não teve uma vida comum. Filha de um astro do Rock, ela não consegue sentir-se satisfeita com a fama do seu pai. Prefere uma vida mais sossegada, onde tudo segue uma rotina comum, pacífica, sem grandes acontecimentos. Ela adora, inclusive, trancar-se em seu quarto e ler um bom livro. Também nunca teve um relacionamento duradouro; para ela, os homens só se aproximam pela fama de seu pai. Devido a isso, mantém-se afastada dos homens, até ela conhecer Grant.

Grant cometeu o maior erro de sua vida ao se relacionar com Nan. Ele encontrou Harlow, pela primeira vez, no casamento de Rush e Blaire, e desde então, não conseguiu esquecê-la. Em um dos surtos de sua namorada, Grant vai atrás dela na casa de Kiro (pai das garotas). E quando se reencontra com Harlow, uma atração imediata surge, mas ela não está disposta a se envolver com Grant, e a razão disso é por achar que ele é tão venenoso quanto sua irmã.

"Se você me enganar uma vez, o erro é seu. Se me enganar duas, o erro é meu."

Antes de tudo, quero deixar bem claro que este romance me ganhou por sua simplicidade. Acredito que nem sempre todo romance precisa ter uma carga dramática notória para ter algum efeito satisfatório em quem o lê. E nesta história isso fica explícito. A Glines, muito provavelmente, apenas escreveu esta história para angariar mais dinheiro em sua conta bancária, embora não desaponte absurdamente na construção do enredo como aconteceu com seus livros anteriores. Aqui, os protagonistas são mais aceitáveis e até um tanto quanto interessantes. Ao menos não cometem atos estúpidos.

Harlow não é uma personagem repetitiva como eu pensei que seria. Talvez seja a melhor protagonista da série, ouso dizer. Há um crescimento pessoal dela que é perceptível durante a leitura e isso é bastante relevante em determinadas histórias, incluindo esta. Definitivamente, a Harlow lutou para sobreviver e sua história de vida é interessante. Não diria que ela é uma personagem inesquecível, mas com toda certeza ela possui características que a tornaram carismática.

Eu adoraria ter uma conversa séria com a autora e questioná-la sobre a necessidade irrefutável de criar protagonistas masculinos possessivos. Qual a necessidade disso? Claro que há mulheres que adoram um homem atencioso. Mas. Eu. Falei. Atencioso. Acho possessividade algo muito nocivo em um relacionamento. E o pior é que todos os mocinhos da série são assim. Até o Grant que eu pensei que iria se sobressair, não ficou de fora. Enfim, excetuando tal característica, é possível sentir empatia pelo protagonista e ainda curtir a história.

Em suma, “A Primeira Chance” mostrou-se um bom romance. É leve, despreocupado e sem grandes dramas ou enrolações. Se você quer uma história para relaxar e talvez se apaixonar (não foi o meu caso, mas okay), este livro pode ser uma boa escolha. Caso contrário, não arriscaria no seu lugar. É romance, e como todos devem saber, não é um gênero que agrada a todos. Portanto só recomendo para os românticos e românticas de plantão que não abrem mão de uma história de amor (para se iludir).