Eu recebi “Encrenca”
inesperadamente. Não conhecia o livro e nem muito menos a autora. E sim, gosto
quando isso acontece porque não crio expectativa alguma. Logo busquei iniciar a
leitura. De imediato, pude conectar-me às personagens. Cada uma, a seu modo,
mostrou-se coerente, convincente e até interessante. O grande problema, a meu
ver, foi o fato da autora não ter desenvolvido a história de forma
satisfatória. O desenvolvimento é bastante permeado por altos e baixos,
deixando lacunas que nem deveriam existir. Mas acima de tudo e de modo geral,
consegue ser uma boa leitura.
Edição: 1
Editora: Verus
ISBN: 9788576864103
Ano: 2016
Páginas: 307
Editora: Verus
ISBN: 9788576864103
Ano: 2016
Páginas: 307
Nota: (3,5/5)
Quando o colégio inteiro descobre que Hannah Sheppard está grávida, ela tem um verdadeiro colapso. E quem está ao seu lado é Aaron Tyler, um aluno novo e o único garoto que não parece ter segundas intenções em relação a ela. Desejando compensar seus erros do passado, Aaron toma uma difícil decisão: ele se oferece para fingir ser o pai do bebê. E, temendo revelar quem é o verdadeiro pai, Hannah aceita.Encrenca é a história de dois jovens que estendem a mão um para o outro quando todas as demais pessoas parecem lhes dar as costas. Em um período marcado por perdas, arrependimentos e esperança, os dois vão descobrir que nada se compara a encontrar o seu primeiro melhor amigo de verdade.Este livro inteligente, por vezes comovente, por vezes engraçado, mostra que crescer pode ser complicado, mas é assim que se descobre o que realmente importa na vida.
Hannah Sheppard,
aos quinze anos, descobre que está grávida, e simultaneamente perde sua melhor
amiga e tenta lidar com o fato de que não pode contar a ninguém quem é o pai do
seu bebê. Aaron Tyler, com seu
passado aparentemente sombrio, decide acolher Hannah dizendo a todos que é o pai do bebê. O que ambos não
imaginavam é que tudo isso traria uma proximidade intensa e constante entre
ambos, e ainda consequências.
Obs.: O parágrafo acima
resume, sem spoiler, o que a história
apresenta. Eu não quis me aprofundar porque não seria viável. Todo o enredo,
mesmo possuindo certa profundidade, apresenta detalhes que se citados,
entregariam praticamente tudo.
“O amor dos meus pais é tão grande que eles preferem achar que falharam na educação do que reconhecer que o problema é comigo, e isso é sufocante. É sufocante ser perdoado quando tudo o que você quer é levar a culpa”.
Antes de tudo, quero deixar
claro que gostei do livro. Eu tenho ressalvas importantes a citar, mas de modo
geral, foi uma leitura interessante. Nesta história, temos dois protagonistas
muito palpáveis e completamente distintos. Hannah é uma garota completamente
oposta ao esperado das protagonistas atuais de livros juvenis. Ela é ousada,
determinada, não se preocupa com o que falam e vive o que bem quer. Li algumas
opiniões em que as pessoas a julgavam abertamente, chegando a detestá-la. É um
reflexo, eu diria, de nossa realidade. As pessoas ainda (e infelizmente) não se
habituaram à ideia de que uma mulher pode e DEVE ter uma vida sexual ativa,
caso queira. É justamente o que acontece com a Hannah; ela não se preocupa e
simplesmente se envolve com quem quer. O grande problema é quando a situação
toma um rumo inesperado e algo indesejável acontece (neste caso, a gravidez).
Eu entendo que determinadas características presentes numa personagem chegam a
irritar, mas a meu ver, nesta história, todas as características presentes na
protagonista são comuns e é possível encontrar o mesmo em muitas jovens que
estão na mesma faixa etária que a Hannah. Isso foi o que tornou a personagem
palpável e sem traços irreais ou desnecessários.
O Aaron é aquele
protagonista que convence de imediato e o segredo que ele parece guardar a todo
custo me moveu durante todo o livro. Aliás, a história é narrada alternadamente
pelos protagonistas, e as partes em que ele narrava foram as melhores. Eu pude
ter uma noção melhor e mais ampla dos acontecimentos através da perspectiva
dele (milagres acontecem). É perceptível que o Aaron não é um rapaz feliz, insatisfeito
com sua atual vida e que, contrapondo-se a todo o seu mal-estar pessoal, busca
sempre dar o seu melhor e ajudar quando necessário. Tentar compreendê-lo foi
interessante porque pareceu que eu estava lidando com um amigo ou colega
próximo. E sim, o grande trunfo de toda a história são eles, os protagonistas.
É incrível todo o cuidado que a autora teve ao desenvolvê-los no enredo, e não
só Hannah e Aaron, mas até as personagens secundárias têm papeis importantes e também
influenciam diretamente em determinados acontecimentos.
O grande problema é o fato
da história não ter um plot twist. É
até meio inconcebível ou incoerente eu esperar isso de um drama juvenil, mas
não senti que toda a trama em si teve momentos interessantes ou intensos (e merecia).
Houve momentos em que eu realmente me peguei instigado a prosseguir com a
leitura, no entanto, também senti sono em outros. Aquela velha oscilação
aconteceu em todo o livro, infelizmente, e foi desconfortável. Faltaram mais
conflitos interessantes. E antes que questione se há situações conflitantes,
sim, muitas, mas nada que eu já não esperasse desde o princípio.
O final foi um tanto quanto
frustrante, confesso. Sabe quando você espera ao menos um epílogo e ele não vem
ao virar a última página? Pois é, senti-me assim e fiquei chateado. Custava a
autora colocar mais três páginas (no mínimo) concluindo toda a história de
maneira mais sucinta e satisfatória? Não custava, sei disso, mas não foi o que
aconteceu. Alguns desfechos esperados ficaram pairando no ar e eu fiquei a
imaginar o que, possivelmente, pode ter acontecido.
Em suma, mesmo com
“deslizes” consideráveis por parte da autora, considero “Encrenca” um bom livro
juvenil. É bem diferente, por sinal, da maioria dos dramas sobre jovens
publicados atualmente e isso já é algo a se considerar de antemão. Não
colocaria a história como romance e nem acho que o livro deva ser lido com essa
pretensão. O foco é sobre dois jovens que buscam redenção e compreensão em uma
sociedade que está mais disposta a julgar-lhe do que estender a mão, ajudar e
fazer a diferença.
Olá, Leandro.
ResponderExcluirApesar da suas ressalvas, é um livro que me interessa bastante. Principalmente pela protagonista ser tão diferente das outras que estamos acostumados a ver. E gostei de saber que tem as duas visões da história. Prefiro bem mais assim do que o foco em só um personagem. Mas tem livros que um epílogo faz falta mesmo hehe.
Blog Prefácio
Oi Leandro!!
ResponderExcluirÀs vezes mesmo com ressalvas a gente gosta do livro, no momento não vou ler Encrenca, mas quem sabe mais pra frente!
Bjs, Mi
O que tem na nossa estante
Oie Le =)
ResponderExcluirVi muitos blogueiros recebendo esse livro, mas confesso que a premissa dele não me chamou muito a atenção. A história até possui bons elementos pelo que percebi pela sua resenha, mas acredito que no momento não seria uma leitura que me prenderia.
Beijos;***
Ane Reis.
mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
@mydearlibrary
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu tinha visto uma resenha desse livro antes, e vi agora e só fiquei mais curiosa, que chato que o final não foi satisfatório :/
ResponderExcluirwww.byanak.com.br
Oi Leandro,
ResponderExcluirFaz pouco tempo que ouvi falar desse livro, mas acho interessante a premissa dele. Uma pena quando o livro acaba desse jeito e a gente sente que faltou algo.
Ainda estou na duvida se leria ou não. Talvez futuramente.
Bjs e uma ótima noite!
Diário dos Livros
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