terça-feira, 14 de março de 2017

[RESENHA] Um Perfeito Cavalheiro - Julia Quinn

É sempre um deleite fazer a leitura de romances de época, principalmente os que foram escritos pela querida Julia Quinn. Para quem a desconhece, ela é uma das autoras mais aclamadas e adoradas no que tange tal gênero e possui uma legião de fãs no Brasil e mundo afora. Em "Um Perfeito Cavalheiro" temos uma releitura do conto de fadas Cinderela, e o Bridgerton da vez é Benedict. Porém, antes de me aprofundar, deixo bem claro que apesar do livro conter falhas bem notórias (sim, infelizmente existem), ainda consegue ser um bom entretenimento, sem dúvida; principalmente se você, caro/cara leitor/leitora, adora ou é viciado em romances.

Edição: 1
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580412383
Ano: 2014
Páginas: 304

Nota: (4/5)

Sophie sempre quis ir a um evento da sociedade londrina. Mas esse é um sonho impossível. Apesar de ser filha de um conde, é fruto de uma relação ilegítima e foi relegada ao papel de criada pela madrasta assim que o pai morreu. Uma noite, ela consegue entrar às escondidas no baile de máscaras de Lady Bridgerton. Lá, conhece o charmoso Benedict, filho da anfitriã, e se sente parte da realeza. No mesmo instante, uma faísca se acende entre eles. Infelizmente, o encantamento tem hora para acabar. À meia-noite, Sophie tem que sair correndo da festa e não revela sua identidade a Benedict. No dia seguinte, enquanto ele procura sua dama misteriosa por toda a cidade, Sophie é expulsa de casa pela madrasta e precisa deixar Londres. O destino faz com que os dois só se reencontrem três anos depois, Benedict a salva das garras de um bêbado violento, mas, para decepção de Sophie, não a reconhece nos trajes de criada. No entanto, logo se apaixona por ela de novo. Como é inaceitável que um homem de sua posição se case com uma serviçal, ele lhe propõe que seja sua amante, o que para Sophie é inconcebível. Agora os dois precisarão lutar contra o que sentem um pelo outro ou reconsiderar as próprias crenças para terem a chance de viver um amor de conto de fadas. Nesta deliciosa releitura de Cinderela, Julia Quinn comprova mais uma vez seu talento como escritora romântica. 

Sophie Beckett, a filha bastarda de um aristocrata, e trabalha como empregada na casa do seu próprio pai, apesar de todos saberem quem realmente ela é, incluindo sua madrasta Araminta e suas irmãs. Então, um dia, as mulheres da casa são convidadas para um baile dos Bridgertons, menos Sophie. Independentemente disso, com a ajuda de alguns dos criados mais leais, ela é transformada em uma bela mulher. A noite é mágica! A protagonista conhece Benedict, passa a noite com ele e vive um momento inesquecível. O Bridgerton citado fica completamente encantado por ela e antes que a noite acabe, tem a certeza de que está apaixonado. Infelizmente, Sophie desaparece quando o relógio marca meia-noite, deixando nada além de suas memórias para trás.

Passam-se dois anos. Eles não se veem mais até o momento difícil em que Benedict a resgata inesperadamente; ele não a reconhece como a mulher mascarada pela qual se apaixonou na noite do baile, só a vê como Sophie, a criada, aparentemente uma conhecida. Isso não o impede de se apaixonar por ela ainda assim, mas a sociedade dita que ela seja uma amante e não uma esposa.

E agora?


"Era muito estranho. Estranho e maravilhoso. Estranho, maravilhoso e horrível. Porque não poderia durar."
Página 177

É possível afirmar que esta história consegue ser melhor que a anterior, sem dúvida alguma. Por se tratar de uma releitura de um conto de fadas, eu realmente achei que iria curtir e não estava equivocado. Aqui, temos bons protagonistas, bons personagens secundários, uma boa narrativa, mas nada que, de fato, surpreenda. No entanto, não diria que isso é um fator ou um ponto negativo. Há livros que servem apenas como entretenimento, só isso. E toda a série Os Bridgertons é basicamente assim (pelo menos é esta a impressão que venho tendo). Não sei o que encontrarei nos demais volumes posteriores, mas não creio ou estou convencido de que um plot twist iminente vem por aí. São histórias doces, calmas, românticas e de fácil compreensão. Praticamente considero um lazer, se é que me entende.

O único erro do livro está no título. Sim, isso mesmo que você leu, no título. E sabe em qual parte exatamente? Na seguinte palavrinha: perfeito. Veja bem: por mais que o Benedict tenha sido amável e gentil em determinados momentos com a protagonista, nem de longe ele seria considerado um cavalheiro perante todos os costumes e tradições culturais da época e do local no qual a história se passa; não seria considerado porque há uma proposta no desenvolvimento da trama que diverge completamente o perfil/papel de um cavalheiro, entende? E sim, o protagonista é quem faz isso e soou muito incoerente para mim. Não foi algo que me deixou extremamente desconfortável ou algo assim. Longe disso! Mas eu precisava citar para que você pudesse ficar atento/atenta e ter uma visão mais crítica sobre o que lhe é exposto, apresentado. 

Sophie é uma protagonista que convence, agrada, mas que passa bem longe de ter um posicionamento mais firme igualmente a mocinha do conto de fadas (Cinderela). Sua vulnerabilidade permanece escancarada o tempo todo e a própria não sabe lidar, por vezes. Eu percebi que ela até tenta enfrentar certos problemas, mas não consegue ir em frente ou obter êxito. Por um lado, dada a época da história e tudo o que uma mulher era obrigada a se submeter, tudo ficou compreensível para mim. Ainda bem que a mesma não fica enchendo linguiça com pensamentos e atitudes irritantes como tantas outras mocinhas. Eu até torci por ela em muitos momentos, principalmente quando estava com o Benedict; queria que ela não se rendesse tão facilmente a ele. Sim, sou difícil e esperava o mesmo dela, mas...

Há participações muito frequentes de personagens secundários durante o desenvolvimento do enredo. Uma que vale ressaltar é a Violet (mãe do Benedict) que conseguiu ser bastante relevante em determinados momentos e não ficou pairando na história como se fosse desnecessária. 

Em suma, "Um Perfeito Cavalheiro" consegue entreter e não decepciona, caso você não espere um romance grandioso, claro. Não é o melhor livro da série (continuo preferindo O Duque e Eu), mas consegue ser uma boa leitura, sem dúvida. O romance não adiciona/acrescenta nada novo, mas convence; os protagonistas possuem uma boa química entre si, e a autora, mesmo com algumas incongruências na hora de descrever certas passagens da história que expressavam costumes completamente diferentes, ainda conseguiu desenvolver personagens carismáticos e divertidos. De modo geral, a leitura é válida e merece ser recomendada. 


8 comentários:

  1. Oi leandro renho cinco livros dessa série na minha estante há algum tempo li o primeiro e gostei bastante, não sei qual motivo que não li os outros ainda....
    Abraço

    Divagando Palavras
    www.divagandopalavras.com

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  2. Olá, Leandro.
    Eu amo os livros do gênero. E eles não acrescentam nada mesmo, e já sabemos a história toda antes de começar a ler. Mas ainda assim eu amo. E por coincidência esse é o meu favorito dos Bridgertons. Concordo sobre o título porque de perfeito ele não tem nada, mas ainda assim por ser uma releitura de Cinderela é o meu favorito.

    Prefácio

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  3. Oi Leandro!
    Eu parei a série Os Bridgertons nesse livro. Gostei do clima de conto de fadas dele!

    Beijos,
    Sora | Meu Jardim de Livros

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  4. Oi Leandro! O visconde que em amava é o meu preferido da série, mas este terceiro volume me agradou bastante também, Sophie me pareceu uma personagem muito fofa e Violet arrasa como sempre <3

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  5. Oi, Leandro!

    Ainda não li nenhum livro desta série, apesar de tê-la completa aqui na estante. Sempre enrolo!
    As histórias da Julia Quinn devem ser muito fofas e encantadoras. Gostei de saber que essa é baseada na Cinderela, mesmo que não traga nada de surpreendente.
    Adorei a resenha!

    Beijocas.
    http://artesaliteraria.blogspot.com.br

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  6. Oi Leandro!

    Eu iniciei a leitura da serie e estou gostando bastante! O mais me chamou atenção foi o humor presente no livro, eu ri bastante no primeiro livro *-* e espero gostar do segundo, algumas pessoas falaram que não e tão bom! ,as fico feliz que você esteja gostando, no incio da resenha eu já notei as referência com a Cinderela.

    Beijinhos

    Resenha Atual

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  7. Oie meu amorrr <3
    Devo confessar que eu estou saturada desse gênero. Toda vez que tento ler algo, principalmente da Julia Quinn, sobe aquela depressão literária, aquela ressaca, aquela vontade de tacar os livros fora. Não estou conseguindo, mesmo lendo a tua resenha não me senti nem um pouco cativada a ler o livro. Todo esse ar "encantador" não está colando para mim nesse momento hahaha Não sei o motivo, um dia quero voltar. Ainda quando você fala que não é pra esperar um romance grandioso eu já pensei: TÁ VENDO, NEM VALE A PENA. hahahaha não sei o que está havendo comigo.

    Beijão,
    Paixão Literária

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  8. Olá, Leandro! Tudo bem?
    Ainda não tive a oportunidade de lê algo da Juila, mas tenho muita curiosidade. Afinal, sempre me deparo com inúmeras críticas positivas sobre a obra. Gostei do seu ponto de vista, e quero muito conhecer essa série escrita pela autora.

    Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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