terça-feira, 31 de janeiro de 2017

[RESENHA] A Montanha dos Mackenzie - Linda Howard

Mesmo sabendo que a vida adora me dar vários pontapés quando o assunto é paixão, relacionamento e fé-no-impossível (aka ser amado), eu ainda insisto, iludo-me mais e continuo lendo romances (incluindo os de banca). E não venha dizer que são puro clichê, previsíveis, irreais blá blá blá... A vida já é muito amarga, meu/minha caro/cara. Eu realmente preciso de doses homeopáticas de ilusão para me manter sano. Mas uma pergunta: já se interessou por um índio? Confesso que nunca cogitei a hipótese até ler "A Montanha dos Mackenzie". Agora considero qualquer possibilidade. Na verdade, estou falando isso porque me apaixonei por um índio, mas não qualquer um. Wolf Mackenzie não é nada do que você já pensou/imaginou/idealizou quando ouviu ou leu a palavra índio; ele é algo que transcende, entende? 

Edição: 1
Editora: Harlequin - Saraiva 
ISBN: 9788539808595
Ano: 2013
Páginas: 288

Nota: (5/5)
Ruth, uma cidade pequena do Wyoming, está prestes a aprender algumas lições com a nova professora do local. Para começar, Mary Elizabeth Porter está decidida a convencer o jovem Joe Mackenzie a voltar para escola. Mas Joe e seu pai, Wolf Mackenzie, sofrem o preconceito dos habitantes de Ruth por serem metade índios e metade brancos. Além de todos os obstáculos morais, Mary enfrenta também a natureza inóspita da montanha dos Mackenzie e, em meio a uma forte nevasca, segue para a fazenda deles. No meio do caminho, encontra Wolf. Agora, Mary sabe que também terá de amaciar o coração amargurado de Wolf e ensiná-lo a maior de todas as lições da vida: acapacidade de amar e de se deixar ser amado.
Ruth é uma típica cidadezinha do interior. Consegue ser bastante conservadora graças aos seus habitantes, que por sinal já se conhecem e nada parece ser mantido em segredo. Se você vive/mora numa cidadezinha do interior de algum estado brasileiro, claramente está me entendendo. É justamente neste espaço um tanto quanto atrasado que a protagonista vai parar. Segundo as fofocas (ou más línguas mesmo), Mary é uma solteirona sem graça e que chegou à cidade para trabalhar como professora. O grande problema é que ela se envolve com o macho alfa/macho babado/o-índio-dos-índios. Mas o empecilho é outro: ele é ex-presidiário e sua origem indígena é frequentemente hostilizada por todos os habitantes da pequena cidade. E para piorar, mulheres estão sendo violentadas sexualmente, e o homem por trás disso tem as mesmas características físicas que o (meu) Wolf

E agora?

Eu só ouvia falar dos homens da Linda Howard, mas nunca havia tido a oportunidade de conhecê-los. Mas eu tenho uma amiga linda e maravilhosa (te amo, Cintia) que me presentou com esta belezura e claramente me tornou mais um fã da autora. O Wolf é algo inacreditável. Ele é a virilidade em pessoa! Eu poderia citar outras características para ele como muito gostoso, alto, forte, corajoso, decidido, maravilhoso etc. Prefiro parar por aqui e me abster de mais idealização. Mas ele é tudo isso que eu citei mesmo (e até mais). Só para que você, caro/cara leitor/leitora tenha uma noção básica, a autora já começa o livro com a seguinte frase: "Ele precisava de uma mulher urgentemente." Claramente senti uma leve inveja porque sou homem, mas superei e segui em frente. Detalhe que eu nem imaginava o que encontraria pela frente ao conhecê-lo mais a fundo. 

Mary é uma protagonista adorável. Além de muito determinada e corajosa, ela também consegue ser muito inteligente, amável e engraçada. Imagine uma mulher pequena, pouco atraente, que usa óculos e que enfrenta todos que ousem persuadi-la a aceitar qualquer absurdo ou equívoco. Pronto, esta é a Mary. Óbvio que o romance entre ela e Wolf inicia da maneira mais improvável de todas, mas eu claramente perdoei porque nada na vida é perfeito e outra: é um romance de banca, tudo pode acontecer. Mas voltando à protagonista, realmente consegui sentir empatia por ela e torci para que o melhor acontecesse. Por sorte, boas coisas realmente acontecem na ficção e eu pude prosseguir com a leitura sem maiores sofrimentos (exceto ter a certeza de que nunca terei um Wolf para chamar de meu).

Antes que julgue o livro como mais um romance clichê e previsível, digo-lhe que a história apresenta muito mais que um casal-se-amando-como-se-não-houvesse-amanhã. Há um leve mistério quanto à identidade do abusador de mulheres e que acompanha o desenvolvimento do enredo, trazendo assim, certo suspense para o mesmo. A autora também lança uma crítica quanto ao preconceito que vitimiza tantas pessoas mundo afora, principalmente as que vivem em cidadezinhas pouco evoluídas. A ignorância é uma doença que, invariável e infelizmente, predomina e até prevalece nesses espaços. Então, foi interessante perceber que a Howard preocupou-se em retratar tal realidade e também mostrar quão incoerente e cruel isso é.

Em suma, Linda Howard é uma linda mesmo. Eu só achei um errinho quanto a gênero, no final do livro, mas eu perdoo, até porque esse livro foi escrito na década de noventa (não sei o ano exatamente) e talvez a autora nem tinha noção de que feminino e masculino/mulher e homem não diz respeito à sexualidade. Exceto esse pequeno pormenor, eu adorei a leitura e estou desesperado para ler os demais livros da série. Sim, para quem não sabe, este é o primeiro volume seguido por mais quatro. Ótimo, né? A próxima história será do filho do Wolf, Joe. Claramente estou ansioso. E antes de mais nada: recomendo a leitura. 


P.S.: Se possível, vá ao facebook, pesquise uma pessoa chamada "Cintia Milanez" e quando encontrá-la, pressione-a no chat para me presentear com os próximos volumes da série para que eu possa ser feliz. Obrigado. De nada. 
  

15 comentários:

  1. Olá, Leandro.
    Eu amo romances de banca. E dai que é clichê? E de coisas ruins já bastam os jornais. Adoro livros como esse. Não lembro se já li algum livro da autora, mas se não li ainda vou querer ler hehe.

    Prefácio

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  2. Oi Leandro,
    A trama do livro parece interessante, fiquei curiosa para conhecer o casal protagonista.

    *bye*
    Marla

    http://loucaporromances.blogspot.com.br/

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  3. Oi Leandro! Eu já outro livro da Linda Howard e adooooro a narrativa dela! com certeza esse vai pra lista de leituras!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  4. Oie Virginiano lindo <3

    Essa é uma autora que sempre vejo resenhas bem positivas, mas que ainda não tive a oportunidade de ler nada. Preciso corrigir isso o mais rápido possível. Ainda mais depois de uma resenha dessas!

    Beijos;***
    Ane Reis | Blog My Dear Library.

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  5. CLARAMENTE vim aqui só reafirmar que a familia Mackenzie é pra perder as estruturas.
    Calma que os outros vão chegar nas suas mãos.
    Te amo!

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  6. Oi Leandro!
    Um clichê às vezes faz tão bem.
    Ótima dica!

    Divagando Palavras
    www.divagandopalavras.com

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  7. Parei de pensar que era uma história clichê logo quando você comentou sobre a identidade do abusador. Legal a autora ter mesclado romance e suspense, são dois gêneros que gosto muito e juntos numa história deve ficar sensacional.

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/

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  8. Olá Leandro!
    Eu amo um clichê, não consigo ficar longe, eles me atraem! HAHAHAHA
    Já quero, já coloquei na lista. *-*
    Beijo
    http://estante-da-ale.blogspot.com.br/

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  9. Oi Leandro, que livro hein?

    Eu também adoro romances, e não me preocupo se é clichê ou não! Um romance bem escrito, pode fazer a gente ganhar o dia! Eu fiquei super curiosa para conhecer essa história, primeiro porque a sua empolgação me chamou atenção! E segundo, porque achei bacana a autora misturar dois gêneros que geralmente são interessantes quando explorados em conjunto!

    Parabéns pela resenha, beijo!

    https://prologodaleitura.wordpress.com/

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  10. Nossa adorei a resenha. Achei a ideia do livro diferente de tudo que conheço de literatura. ISSO É BOOM! Eu nunca parei pra prestar atenção em livros de bancas, a partir de hoje vou passar a reverter esse erro.

    Obs: Amei o blog pois você não se preocupa em falar sobre livros famosos, e sim em falar de livros :)

    http://obaucultural.blogspot.com.br/

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  11. Oi Leandro!
    Foi um livro dos Mackenzies da Linda Howard que me iniciou no mundo dos romances de banca. Os livros dela são mesmo ótimos, principalmente essa série.

    Beijos,
    Sora | Meu Jardim de Livros

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  12. Este comentário foi removido pelo autor.

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  13. Oi, Leandro!

    Estava com saudade de ler suas resenhas. Concordo plenamente, às vezes tudo o que precisamos é de um romance água com açúcar, leve e sem pretensões. Afinal, esses romances também podem ser ótimas leituras. Nunca li um livro no qual o protagonista fosse um índio (maravilhoso) e achei isso muito bacana. Percebe-se também que a história foi bem escrita e conta com uma protagonista carismática - outro ponto positivo!

    Beijocas.
    http://artesaliteraria.blogspot.com.br

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  14. Oi Leandro,
    Super concordo com sua introdução e é por isso que também amo os romances de banca. Dá um alívio na mente que...
    E mds, esse índio aí? Que homão da porra, ein? HAHA A Cintia já havia me indicado livros da Linda também, pena que a Harlequin parou de publicar coisas dela.
    Já coloquei esse na lista, não ficarei de olho no Wolf =x haha

    tenha uma ótima quarta :D
    Nana - Obsession Valley

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  15. Oi Leandro!
    "Eu realmente preciso de doses homeopáticas de ilusão para me manter sano." hahaha. Boa! Mas não é bem isso que nos faz amar o mundo da leitura?
    Realmente, à primeira vista, é difícil imaginar que o livro vai além do clichê, mas que bom que a autora consegue fazer isso, mesclar suspense e ainda dar uma mensagem contra o preconceito (sempre válido).
    Beijos,
    alemdacontracapa.blogspot.com

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